terça-feira, 1 de dezembro de 2009

#49 Pedro Tamen

Não se toca outra vez: nem com a mão que roça
a pele que já não é a mesma,
nem o intrumento vibra um ar que se repita.
A literal certeza de uma asserção assim
faz que seja novo cada passo na relva,
cada pardal, ou beijo.
Mas há outro sentido, Sam, velho Sam,
em que não podes outra vez tocar:
é que o tempo deveras se escoou
e foi pra não sei onde, onde não há.

Piano podes ter, ouvidos e memória:
só te falta outra vez.

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