segunda-feira, 7 de abril de 2008

#6 Adalberto Alves

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A Simon & Garfunkel

De costas para o Plaza Hotel
Olho o Central Park
Território cruel
Onde se acendem chamas
Nos rostos marcados pela melancolia.
Kerouac e Ginsberg uivam
Alegres lobos possessos pela estrada fora
Whitman e Sandburg
Plantam florestas dentro dos grandes espaços interiores
E Cummings dá o mote de amor a Woody.
Quatro horas da tarde
Ergue-se no ar um cheiro mágico a sálvia, tomilho e salsa
Do vapor que brota das entranhas das ruas:
São dois rapazes errantes que cantam
Sábios como deuses decaídos
Os crepúsculos de que dia a dia se compõe a vida
O amor que vem e que apaga
A amizade ameaçada por águas turbulentas
E o regresso ao lar que no coração nós habitámos.
O Central Park parece o jardim do bairro que me criou
Lembro Lisboa e tenho vontade de voltar para casa.
New Yorl, somewhere, somehow

2 comentários:

vieira calado disse...

Eu também teria vontade de voltar para casa.
Mas o seu poema é muito bom.
Um abraço.

Ricardo António Alves disse...

Quem dera fosse meu!...
Um abraço também.