O ídolo da juventude
estou morto sobre um piano abandonado
agoniado de jazz
descrente de sonhos que não me sonhei sonhar
reincidente nesta lucidez de estar farto de moscas
vou entrando nas répteis represas do presente
rasgando anjos de papel com as botas e os punhos
(o sangue cai sempre sem remorso
num silêncio incorruptível)
estou vivo num mar de plástico e excedentes
e o refrão soa distante como não haver mais distância
expande-se e reflui e explode nas minhas têmporas
no future no future no future
ergo a face o sorriso acoplado
leviathan cuspindo no chão
então digo
é meu o século do terror sem limites.
sábado, 23 de agosto de 2008
#14 - João Paulo Monteiro (Ângelo Novo)
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