JAZZ-BAND
As raparigas americanas,
Cada qual delas mais primorosa,
Parecem feitas de porcelanas,
De opala e ouro, de neve e rosa!
Carnes de pêssego e de açucenas,
De tanta seiva, tanto viçor,
Que, sendo frutos, essas pequenas
Têm, na verdade, gosto de flor!
Sabor de folha de árvore nova,
Rica de um sumo que retempera,
Fazem a boca de quem as prova
Cheirar a essências da primavera!
São deliciosas essas meninas,
Como os morangos ao paladar!
Ai, Doroteias, ai, Catarinas,
Com que doçura sabeis amar!
Que alacridade, que juventude,
Têm Lady Ruby, Miss Adelaide!
Como deslumbra ver a saúde
Dessas papoulas do Riverside!
E todas elas, moças e frescas,
Sem um vestígio de creme ou khol,
Enamoradas e romanescas,
Semelham cravos, sorrindo ao sol!
Independentes, com ousadia,
Sem preconceitos, nem leis mundanas,
Bendita seja vossa alegria,
Lindas mulheres americanas!
A vós, queridas dos meus desejos,
A todas, todas, louco e febril,
Envio beijos, mas tantos beijos
Quantas estrelas há no Brasil!
domingo, 23 de novembro de 2008
terça-feira, 4 de novembro de 2008
# 29 - João Miguel Fernandes Jorge
THE BEACH BOYS
Aqueles cinco não eram os melhores na escola.
Todo o verão seguiam no Chrysler verde e branco
as ruas.
O aspecto do corpo tão nitidamente
contornado, a cor da pele, os cerrados olhos
cheios de anjos e demónios, de sombras de mortos,
de mulheres brancas.
Erguiam as noites pelos corredores dos bares
tão pouco espaço na esfera das visões
corpo masculino onde a poeira do verão conduz
a ideias brutas e primitivas, a extremos surpre-
endentes.
Aqueles cinco iam amarrotados no pequeno Morris.
Acompanhavam a moda no verão
cabelos, unhas, os próprios mamilos cortavam
num piedoso apego às coisas materiais.
Húmido, fantasiosos, ao seu lado o verão era mais
verão
entre as divididas esplanadas do mar.
Corriam como se fossem o aviso de uma calamidade.
A uns causavam terror
a outros davam alegria e consolação.
Aqueles cinco não eram os melhores na escola.
Todo o verão seguiam no Chrysler verde e branco
as ruas.
O aspecto do corpo tão nitidamente
contornado, a cor da pele, os cerrados olhos
cheios de anjos e demónios, de sombras de mortos,
de mulheres brancas.
Erguiam as noites pelos corredores dos bares
tão pouco espaço na esfera das visões
corpo masculino onde a poeira do verão conduz
a ideias brutas e primitivas, a extremos surpre-
endentes.
Aqueles cinco iam amarrotados no pequeno Morris.
Acompanhavam a moda no verão
cabelos, unhas, os próprios mamilos cortavam
num piedoso apego às coisas materiais.
Húmido, fantasiosos, ao seu lado o verão era mais
verão
entre as divididas esplanadas do mar.
Corriam como se fossem o aviso de uma calamidade.
A uns causavam terror
a outros davam alegria e consolação.
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